sábado, 20 de novembro de 2010

Quero ir


E aí galera? Hoje tem The Beetles em Joaçaba, banda cover dos Fab Four londrinos e eu quero irrrrrrrrrrr.... Vamos lá curtir.... A seguir, pra quem quer entrar no ritmo, uma das canções que será tocada com certeza e uma das minhas preferidas, Here Comes the Sun, do melhor álbum - Abbey Road. Com vocês: The Beatles.



O que? The Beetles - cover argentino dos The Beatles;
Quando? Hoje, dia 20/11/2010;
Onde? em Joaçaba, na Live House, antigo Terra Brasilis.

THE BEATLES: INVASÃO BRITÂNICA NO MUNDO.

McCartney, Lennon, Ringo e Harrison – os Fab Four que inspiraram os anos 60 e se tornaram símbolos do período cultural mais rico do Século XX.

Por Francieli Parenti



Anos 60. Guerra do Vietnã. Os jovens viviam o desencanto, a confusão, a descrença. Em meio a este clima, eis que quatro rapazes nascidos em Livepool na Inglaterra se encontraram. E tocaram. Tocaram o som da libertação. Cantaram o amor, a paz... As garotas enlouqueceram com aqueles jovens bem vestidos. Os moços imitavam tudo. Assim, os Beatles não mudaram apenas a história da música, mas influenciaram e continuam influenciando gerações.
Influenciados por ícones do rock n´roll como Elvis Presley, Buddy Holly, Carl Perkins e Little Richard e também por música negra, os Beatles se serviam desses artistas como matéria prima para se construir uma nova maneira de compor e cantar.
Vindos da classe operária, os quatro Beatles não teriam um futuro dos mais glamourosos. Afinal, como os Rolling Stones já cantaram em Street Fighting Man “o que mais um garoto pode fazer se não tocar numa banda de rock?” Quando foram convidados para tocar na zona de meretrício, foi como se tivessem ganho na loteria.
O primeiro álbum, lançado em 63, Please Please Me obteve o primeiro lugar nas paradas musicais. Eles eram arrumadinhos demais e com suas letras inocentes, não representavam perigo para a castidade das filhas. Foi o lançamento para o mundo sedento por ídolos: Elvis tinha deixado o Exercito e se aventurava em filmes pouco convincentes; Chuck Berry cumpria pena e Little Richars estava numa fase gospel – era o início da Beatlemania.
Os Beatles cresceram em vários aspectos, um deles é a musicalidade dos discos. O último disco intitulado Abbey Road, de 69, é considerado a obra prima dos Fab Four e não é difícil entender o porquê de tanto sucesso. O Beatles estavam em sua melhor forma como músicos e compositores. Todos eles participaram da composição do disco, saindo do tradicional dueto Lennon/McCartney.
É desse disco canções pesadas como I Want You (She´s So Heavy) e Come Togueter, mostrando a verve roqueira de Lennon; a bucólica Here Comes the Sun e a romântica Something, duas grandes composições de Harrison. Ringo Star colabora com Octopu´s Gardem e faz até um solo de bateria em The End. McCartney também chega ao seu grande momento autoral com Oh! Darling. Abbey Road se tornou o testamento do quarteto, sete meses após seu lançamento, McCartney anuncia a dissolução do grupo. Só nos Estados Unidos o disco vendeu 5 milhões de cópias.
Eles cresceram dentro do grupo como instrumentistas e como pessoas, com interesses pessoais acima do grupo e como é natural, os problemas de relacionamento também surgiram. O clima na gravação do ultimo disco não era dos melhores – estavam brigados. Por algumas semanas, os quatro superaram as diferenças e se esforçaram para lançar algo digno de sua obra.
Após o fenômeno Beatlemania, as idéias sobre amor, sexo, religião e moda nunca mais foram as mesmas. Elas influenciam até hoje a atitude e o comportamento dos jovens no mundo todo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Entrevista com Eliane Brum



Esta é uma entrevista que realizei com Eliane Brum, pra mim a melhor jornalista do mundo. Segue:

Eliane Brum é gaúcha de Ijuí. Jornalista, escritora e documentarista, trabalhou 11 anos no Zero Hora de Porto Alegre e depois, 10 anos na Revista Época em São Paulo. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes - O Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém Vê e O Olho da Rua (Globo). Eliane Brum é uma jornalista rara. Narra os pequenos e grandes gestos da vida comum, do povo, como se fossem os gestos dela própria, tamanha a sensibilidade pra contar as histórias dos outros. Dona de um estilo próprio, deveria ser chamado "Estilo Eliane Brum", único, vivo, mexe com nossas estruturas, emociona, ensina. Vamos conversar com esta premiada repórter, mas acima de tudo uma pessoa premiada, Eliane Brum:

Por que o interesse pela vida que ninguém vê, aquela que a grande imprensa ignora?

Acredito que uma das atribuições do jornalista é justamente iluminar os cantos escuros. Conseguimos isso arrancando a cortina enganadora da banalidade, do óbvio, e mostrando o que há atrás. Cada um encontra o seu caminho de fazer isso. O meu é bagunçando a suposta ordem das coisas. Vivemos num mundo em que um dos valores é ter fama, aparecer, ser supostamente imp ortante. Ao escolher o que contar, o que transformar em manchete, a imprensa, em geral, reforça estes valores. E, assim, deixa na sombra uma parte do mundo, a maioria das vidas.
Com o meu trabalho, procuro inverter esta lógica, mostrando que não existem vidas comuns - nem vidas anônimas. Cada um de nós é um fenômeno irrepetível e singular, único na história do universo. Somos uma poeira, mas uma poeira de estrelas, como dizia o Carl Sagan. Sendo assim, nossa vida é importante no melhor sentido, no sentido de que tudo o que deixarmos de fazer não será feito, porque só nós podemos fazer do nosso jeito e o que não fizermos será a marca de uma falta no mundo.
Acredito muito em resgatar a importância essencial da vida de cada um para criarmos um mundo em que seja possível viver e deixar viver. A lógica das supostas celebridades, cada vez mais instantâneas e desesperadas, serve para nos esmagar. Como repórter, eu busco virar isso do avesso. E most rar que não existem vidas comuns, mas olhos domesticados. Infelizmente, os nossos.
Neste sentido, me considero uma repórter que conta desacontecimentos. Eu não me interesso por "acontecimentos", quebras de rotina, exceções. Me interesso pelo que se repete, pelo que nos aproxima. É isso que me espanta. Pelo meu trabalho, busco fazer uma provocação para que as histórias reais que eu conto instiguem cada um a questionar seu modo de olhar para a vida dos outros -e, principalmente, para a própria vida.

Qual o maior desafio que você teve para escrever uma reportagem?

Ah, cada reportagem é um desafio. Alguns, claro, mais difíceis. Meu último grande desafio foi a reportagem em que acompanhei os 115 dias de uma mulher com câncer incurável. Tive de me confrontar com meu medo da morte e com a dor de amar alguém que iria perder em seguida. E, ao mesmo tempo, me manter num lugar de escuta, para minha presença não alter ar a sua narrativa. É o último capítulo do meu livro O Olho da Rua. Se vc não tiver o livro, é possível achar a maior parte do material na internet. Em "Minha vida com Ailce", vc pode buscar pelo google, conto como foi fazer esta reportagem.

Aquela mais difícil de ser feita?

Não tem uma mais difícil. Todas são difíceis, cada uma a sua maneira. A que eu citei antes foi a última mais difícil. Estou terminando agora um documentário, que para mim é uma grande reportagem, sobre a última turnê e a primeira campanha política da rainha do rebolado, a Gretchen, e foi um processo dificílimo que consumiu parte dos últimos dois anos. Eu tento estar sempre fazendo coisas difíceis, porque acho que a vida serve para isso. Cada mergulho me leva mais para perto de mim mesma.

Como é o seu processo de gestar uma reportagem, desde o interesse pelo tema até a finalização?

O grande desafi o, para um repórter, é ter a coragem de se esvaziar para ser preenchido pelo mundo do outro. É um ato de desapego e de risco. Depois, preenchido pela realidade outra, é como uma gestação em que você, com tudo o que é, elabora a novidade do mundo do outro. Ao final, o parto é uma reportagem. Se ao final deste processo você não mudou, a reportagem não aconteceu.
Para que ela aconteça você tem de encontrar um equilíbrio muito difícil, que a gente vai aprimorando por toda a vida, que é o de estar ao mesmo tempo com os dois pés enfiados na lama da realidade e, ao mesmo tempo, olhando esta realidade do outro lado da rua. Dentro e fora ao mesmo tempo.

Você acha que o jornalismo pode modificar o mundo? Como você vê o jornalismo hoje?

Acho que não só pode, como muda o mundo, inclusive quando é mal feito.
Como disse na resposta à primeira pergunta, quando iluminamos os cantos escuros da realidade, as pessoas deslocam o seu olhar e isso provoca uma mudança. Cada um do seu jeito, com o melhor que pode ser. Passamos a vida buscando a nossa própria voz. Quando é feito com verdade, o jornalismo é uma busca que muda o jornalista e o mundo que ele conta. Além de iluminar os cantos escuros, nós arrancamos a interpretação da realidade da esfera limitada do branco e do preto e trazemos para a zona cinzenta, que é a zona das nuances e da complexidade.

Como você se sente sendo uma jornalista reconhecida e premiada?

Me sinto estimulada a continuar saindo da zona de conforto e fiel à verdade da minha busca.

Alunos de 5ª Série não podem ser reprovados.



Alunos desta etapa já podem dizer “passei”. A orientação é da Secretaria de Estado da Educação.

Por Francieli Parenti

Os alunos de 5ª Série da rede estadual, mesmo com um boletim de notas baixas ou sem condições de passar de ano, devem ser aprovados. A ordem é da Secretaria de Estado da Educação.

Desde 2007, o MEC está aplicando um novo modelo pedagógico em todas as escolas públicas e privadas. O novo modelo amplia para nove anos o Ensino Fundamental, substituindo o sistema antigo de oito anos. Desde então, à medida que é implantado um ano do ensino de nove anos, extingue-se uma série do ensino de oito anos e as crianças que estão no sistema de oito anos, são passadas de ano, sem reprovação.

O objetivo do MEC é colocar mais crianças nas escolas e proporcionar mais tempo de escolaridade aos estudantes brasileiros que entram diretamente na 1ª Série, sem passar pela Educação Infantil. No modelo de nove anos, os conteúdos são aplicados de forma mais lúdica, valorizando as características de cada criança.

Em 2011, é a vez da 5ª Série deixar de existir na rede estadual e municipal. Entra em vigor o 5º Ano do Ensino Fundamental de nove anos, que não equivale ao ensino de 5ª Série. Não havendo série correspondente para os repetentes cursarem, foi tomada a decisão pelo Estado de não reprovar nenhum aluno. Com a extinção da 5ª série, os alunos se fossem retidos, cairiam no 5º Ano do novo modelo e cursariam dez anos de Ensino Fundamental.

Cabe às escolas adotar medidas para que o aluno aprovado com dificuldade acompanhe a nova série, o que significa mais trabalho e desgaste para o professor. Para uma professora de 5ª Série da rede estadual, que preferiu não se identificar, há muitos alunos que não estão preparados para passar de ano. “O trabalho do professor fica desmotivado e prejudica a evolução dos alunos, pois se esforçam menos”, ressalta a professora sobre a decisão de passar os alunos sem condições. Para ela, quem vai pagar o preço no futuro é a sociedade.



Ao contrário das redes municipais e estaduais de ensino, onde os dois sistemas coexistem até a transição completa, o Colégio Auxiliadora, maior colégio da rede particular de Campos Novos, optou por interromper a matriz curricular antiga (ensino fundamental de oito anos), em 2007. Irmã Maria Floriani, diretora do Colégio Auxiliadora, conta que a escola já alfabetizava os alunos de seis anos de forma lúdica como a nova proposta pedagógica do MEC, e apenas houve a mudança da nomenclatura das turmas, por exemplo, a 1ª Série passou a ser 2º Ano, e algumas adequações pela idade das crianças menores, que para o colégio não foi tão difícil, pois a maioria dos alunos estavam na idade.

As mudanças do novo modelo de ensino vai dos conteúdos aos professores. A principal delas é o novo ciclo de alfabetização - agora as crianças tem três anos para aprender a ler e a escrever e não são retidas caso não acompanhem o aprendizado. Antes, a alfabetização era feita na 1ª Série.

Outra mudança é trabalhar áreas de conhecimento como ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e códigos e matemática de forma integrada. Antes os alunos tinham disciplinas isoladas: geografia, história, física, cada uma com um professor diferente. No novo modelo, o 5º ano é considerado o último das séries iniciais e conta com um professor somente. As crianças ingressam com seis anos completos ou a completar até 31 de Março. Antes, ingressavam com sete anos.

O importante de se discutir e refletir sobre esse assunto é se, realmente, essas mudanças estão melhorando o ensino nas escolas e se irão preparar melhor o aluno.